"Loucas", marginais, escritoras: as subjetividades de Maura Lopes Cançado e Stela do Patrocínio

Autores

  • Alexandra Santos Pinheiro Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD
  • Bianca Cardozo Flores UFGD

DOI:

https://doi.org/10.35921/jangada.v13i1.628

Palavras-chave:

Loucura, Subjetividade, Maura Lopes Cançado, Stela do Patroc´ínio

Resumo

Neste artigo, temos o propósito de refletir as obras Hospício é Deus, diário da mineira Maura Lopes Cançado sobre seus dias em uma instituição psiquiátrica; e Reino dos bichos e dos animais é meu nome, livro organizado por Viviane Mosé, com a transcrição da fala poética de Stela do Patrocínio. Tanto Maura Lopes Cançado quanto Stela do Patrocínio foram escritoras marginalizadas por dois vieses: por serem mulheres e por serem “loucas”. As duas usaram da literatura, escrita ou não, para expor suas subjetividades. A investigação é de cunho bibliográfico e recorre a Michel Foucault, Joan Scott, Isaías Pessotti, Pegoraro e Caldana, dentre outros.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bianca Cardozo Flores, UFGD

Mestre em Literatura e Práticas Culturais; FACALE – UFGD; Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil

Referências

AUTRAN, Margarida. Ninguém visita a interna do cubículo 2. Posfácio a Maura Lopes Cançado. In: Hospício é Deus. São Paulo: Círculo do Livro, 1991.

ARBEX, Daniela. Holocausto Brasileiro. São Paulo: Geração, 2013.

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: fatos e mitos. Trad. Sérgio Millet. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 2001.

CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. 4ª ed. São Paulo/Rio de Janeiro: Duas Cidades/Ouro sobre Azul, 2004, p. 169-191.

CANÇADO, Maura Lopes. Hospício é Deus, diário I. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

CECCARELLI, Paulo Roberto. O sofrimento psíquico na perspectiva da psicopatologia fundamental. In: Psicologia em Estudo, Maringá, v.10, n.3, p.471-477, set./dez. 2005.

CUNHA, Maria Clementina Pereira. De historiadoras, brasileiras e escandinavas: loucuras, folias e relações de gêneros no Brasil (século XIX e início do XX). In: Tempo, Rio de Janeiro, v. 3, n. 5, p. 181-215, 1998.

FEDERICI, Silvia. Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Tradução Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017.

FOUCAULT, Michel. A história da loucura na idade clássica. Tradução: José Teixeira Coelho Netto. São Paulo: Editora Perspectiva, 1972.

FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Londres: Routledge, ed, trans R. Sheridan, 1972/1995.

FOUCAULT, Michel. O Poder Psiquiátrico. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

FOUCAULT, Michel. Loucura, literatura, sociedade. In: Motta, Manoel Barbosa (Org.). Problematização do sujeito: psicologia, psiquiatria e psicanálise. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 17. Ed. São Paulo: Graal, 2002.

KRAMER, Heinrick.; SPRENGER, Jacobus. Malleus Maleficarum: manual de caça às bruxas. São Paulo: Ed. Grupo Três, 1976.

LAURETIS, Teresa de. A tecnologia do gênero [1987]. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 206-242.

LOUGON, Maurício. Psiquiatria institucional: do hospício à reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2006.

MALUF, Sonia; TORNQUIST, Carmem Susana. (Org). Gênero, saúde e aflição: abordagens antropológicas. Florianópolis, Santa Catarina: Letras contemporâneas, 2010.

PATROCÍNIO, Stela do. Reino dos bichos e dos animais é o meu nome. Stela do Patrocínio. MOSÉ, Viviane (org). Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2001.

PEDRO, Joana Maria. Os feminismos e os muros de 1968, no Cone Sul. In: Clio - Série Revista de Pesquisa Histórica - N. 26-1, 2008.

PEDRO, Joana Maria; WOLFF, Cristina Scheibe. Nosotras e o Círculo de Mulheres Brasileiras: feminismo tropical em Paris. In: ArtCultura. Uberlândia, v. 9, n. 14, p. 55-69, jan/jun. 2007.

PEGORARO, Renata Fabiana; CALDANA, Regina Helena Lima. Mulheres, loucura e cuidado: a condição da mulher na provisão e demanda por cuidados em saúde mental. In: Saúde e Sociedade, São Paulo, v.17, n.2, p.82-94, jun. 2008.

PERROT, Michelle. Corpos subjugados. In: PERROT, Michelle. As mulheres e os silêncios da história. Bauru: Edusc, 2005.

PORTER, Roy. História social da loucura. Rio de Janeiro: Zahar, 1991.

SCARAMELLA, Maria Luísa. Narrativas e Sobreposições: notas sobre Maura Lopes Cançado. Tese de Doutoramento em Ciências Sociais pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP. Campinas, 2010.

SCOTT, Joan W. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Tradução: Christine Rufino Dabat, Maria Betânia Ávila. In: The American Historical Review, Chicago, v. 91, n. 5, p. 1053-1075, dec. 1986.

SCHMIDT, Rita Terezinha. Para que crítica feminista? (Anotações para uma resposta possível). In: XAVIER, Elódia (Org.). Anais do VII Seminário Nacional- Mulher e literatura. Rio de Janeiro: Folha Carioca Editora, 1995.

VENANCIO, Ana Teresa. As faces de Juliano Moreira: luzes e sombras sobre seu acervo pessoal e suas publicações. In: Revista Estudos Históricos, v. 2, n. 36, 2005.

ZARA, Telma Beiser de Melo. Me transformei com esse ‘falatório’ todinho: cotidiano institucional e processo de subjetivação em Stela do Patrocínio”. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais (UNOESTE). PR: Toledo, 2014.

Downloads

Publicado

2025-12-08

Como Citar

Santos Pinheiro, A., & Cardozo Flores, B. (2025). "Loucas", marginais, escritoras: as subjetividades de Maura Lopes Cançado e Stela do Patrocínio. Jangada: Crítica | Literatura | Artes, 13(1), e130105. https://doi.org/10.35921/jangada.v13i1.628